Chamo-Te porque tudo está
ainda no princípio
E suportar é o tempo mais
comprido.
Peço-Te que venhas e me dês
a liberdade,
Que um só de Teus olhares me
purifique e acabe.
Há muitas coisas que não
quero ver.
Peço-Te que sejas o
presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do
tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz
precipitado.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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