domingo, 29 de maio de 2011

"Eu abdico dos meus sonhos, para que Deus sonhe em mim"

Vigília de Oração - Festa Diocesena, Santarém, Maio 2011

"Eu abdico dos meus sonhos, para que Deus sonhe em mim"...
Não estive presente no momento em que alguém proclamou tão flamejante verdade. Verdade, talvez... Desejo, absolutamente!
Sou alguém que me preocupo com as palavras, pelo menos quando escrevo, porque quando falo... Mas tento ter um certo cuidado com elas. Agora, apercebi-me que são elas que cuidam de mim... São elas que ameaçam, me deixam entre as espada e a parede, me dão a liberdade de escolher a altura certa, são elas que depositam a responsabilidade, acolhem, brincam, protegem, incentivam... E, o espectacular de tudo, é que cada uma delas está sempre carregada de amor... Até na palavra que me deixa entre a espada e a parede, na palavra séria que diz que espera, sei que há amor, apesar de há muito tempo não o sentir próximo...
Tenho saudades de muitas coisas, em especial do brilho no olhar, da descoberta. Agora, quarenta e oito horas, tanto parecem infinitas, como parecem voar... Tenho saudades até de quando o tempo parecia nunca esgotar...
Tenho saudades de quando as palavras não magoavam e sentia a unidade. Agora, para ter isso, é preciso que as palavras magoem antes...
Agora, tal como nesta cruz, fazem sentido os post-its... Aqui e ali, deixados ao acaso... Faz sentido a cor, a forma, a unidade, a oração por todos e por cada um... Faz sentido que cada palavra salve e que em cada palavra exista sonho... Não o meu, mas o d'Ele em mim...
Obrigado por serem palavras de amor consequentes na minha vida... Rezo por cada um de vós.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Eu quero um refúgio da morte quotidiana...

domingo, 22 de maio de 2011

Permanece na Confiança

"Amigo,
sabes qual foi a "imagem" que mais tive presente durante estes dias?
Lembras-te daquela vez em que a Joana disse que me queria levar a um lugar que era surpresa? Lembras-te de toda a minha curiosidade e da forma como confiei tão cegamente?
É assim que quero confiar ou [re]confiar. E quero que seja uma confiança extremamente verde, na esperança do permanecer!
Ontem, enquanto conversámos apercebi-me tanto das minhas faltas de confiança. Oh! Tu estavas lá comigo. Sei que ouviste quando reconheci que, primeiro, nego-te por todo um disparate de coisas e depois confio. Confio-me no Teu abraço, confio-Te as minhas lágrimas, confio-Te o meu sorriso.
Depois, também viste que olhei para os mais próximos dos próximos e que nem fui capaz de lembrar a última vez que confiei... Sabes que fiquei triste. Fiquei triste porque estou numa perda progressiva de lhes dizer o que é mais importante. Sabes bem que a eles não lhes deixo post-its... Sabes como os encho de palavras vazias, mas também sabes que não é meu propósito que o coração se encha com esse vazio...
Recentemente, percebi que um milagre não é só um fenómeno daqueles que fazem o sol brilhar mais forte ou ter toda uma auréola estranha à sua volta. Percebi que milagres podem acontecer todos os dias na vida de cada um. E percebi, ainda, que esses milagres são cada vez mais frequentes. Basta que dois estejam reunidos em Teu nome, para se sentir o amor e para que esse amor se torne milagre. Não por ser algo que nunca iria acontecer, mas por ser uma manifestação Tua, da Tua presença em duas vidas, em caminhos cruzados.
Às vezes é fácil confiar. Quando sinto o chão como o Teu suporte, quando sinto o conforto do abraço enraizado em Ti, quando estamos face a face, como ontem. E aí, nesse confiar, é impossível manter as máscaras de pé, elas caem e com elas caem outras coisas... É facil de confiar quando há a certeza de um acorde no ritmo certo, mesmo ao lado. Quando no ritmo estúpido e apressado da vida há quem pare para mimar. É fácil confiar em Ti, é ainda mais fácil confiar neles daquele portão para dentro ou de outros portões para dentro, onde estamos reunidos, tantas vezes, em Teu nome e seja um pedacinho das nossas casas. Sabes uma coisa? Nem precisa de haver portões!
Sinto que o maior portão, o mais impenetrável, é o meu coração, mas em pouquinho tempo fiz cópias e distribui comandos à distância a muita gente. Assim, entram quando querem e ficam o tempo que desejarem.
É assim que eu quero permanecer em Ti, por tempo indeterminado, sem horas de fecho e tenho a chave para isso. Sem entrar nos "porquês" , gostava de saber como é que ainda não confio assim, como é que ainda não estou para estar...
Peço-Te, Pai, vem ao meu coração e ilumina-me de confiança, para que eu dê passos sustentados e mergulhe na água viva do Teu regato.
Sabes outra coisa?
Também gosto bué de Ti e de me sentir amada e, na minha pequenez, querida por Ti."

domingo, 15 de maio de 2011

"O Sorriso é uma grande capa"



E, vestindo o sorriso, tornou-se a apóstola da alegria, nos buracos escuros, onde Cristo está, realmente, presente a cada momento. Feliz por não ser ninguém, nem sequer para Deus. Dentre a sua noite escura, saciou a Sua sede da nossa sede d'Ele, na fé cega que a sustentava.

Saibamos nós, à semelhança da Madre Teresa, sorrir sempre, perante as dificuldades e sofrimentos e alegramo-nos com Deus pelas graças que Ele nos concede.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Jantar do Enterro e Traçar da Capa


Uma noite, sem dúuvida, muito importante e especial!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Fátima Jovem 2011


Porque foi sem dúvida ver crescer o amor!

terça-feira, 3 de maio de 2011

+20

[Um olhar por Marcos Evangelista]

[Post'it]



"Obrigado, pela amizade e confiança, pela saudade e a lembrança, por tudo aquilo que nos marcou. Obrigado, pela presença que não passa, pela esperança que abraça e pelo Amor que em nós ficou"


Se soubessem como hoje continuou a arder o coração por reconhecê-Lo em vocês...

Obrigado pela tarde e pela noite!
Obrigado pelo caminho feito a vários!
Obrigado pelos mimos!

[estou Palerma :P]

domingo, 1 de maio de 2011

Não nos ardia o coração?

No silêncio tornamo-nos mais observadores, porque nos confrontamos connosco e com o Pai e acabamos por "olhar com olhos de ver" com o tal olhar de Cristo.
Olhamos, observamos e o que é que vimos? Um caminho desalentado, sem sentido, sem entusiasmo porque Aquele que o alimentava foi morto, porque Aquele que nos enchia de esperança e de paz foi vencido? Ou olhamos e perguntamo-nos como somos fiéis a Deus e se nos sentimos desinstalados?
O meu caminho tem um rumo e é sustentado, não por Aquele que está morto, mas pelo que ao terceiro dia ressuscitou e está sentado à direita do Pai. Mas não me sinto, suficientemente, desinstalada. Antes vou procurando os sinais do conforto onde sei que os há e sigo para ir ao fundo da vida e não ao fundo com a vida.
Pelo que é que eu opto? Pela alegria e gratidão ou pela revolta e ressentimento? Opto pela vida! Opto pela sua gratuidade. Opto por este dom tão grande de Deus. Opto por a cada novo dia tentar suportar um pouco mais a cruz que Ele me desafia a carregar. Ainda que com ela venham todas as perdas e todas as oportunidades perdidas de ser um pouco mais feliz.
Eu sei onde estão os meus sinais de esperança, sei onde está a fonte, mas também sei que o meu defeito é querer ter tudo demasiado óbvio, demasiado acessível. Sei que a fé cresce no meio da dúvida e que os seus frutos não são imediatos, nem imediatamente visíveis como uma qualquer limpeza doméstica. Mas há que entrar no "quarto" e ir limpando a sua sujidade, ir limpando os pecados que vão ficando armazenados a um canto e as vezes que não perdoo a mim própria. E depois, há que ir permanecendo, há que ir arrrumando, há que ir tomando decisões amorosas, há que ir então ao cimo da montanha para perceber se tomámos o rumo certo.
Porquê reduzir o horizonte da vida? A vida é dom! Mas até que ponto eu acredito na minha vida? Até que ponto vejo no sofrimento sinal de esperança para procurar uma nova direcção? Até que ponto presto atenção à voz de fora que me ensina a escutar, aceitar e seguir?

Voz do Silêncio

Na correria da minha vida, na correria das obrigações, das responsabilidades, dos afazeres, a própria correria como fuga talvez a mim própria, talvez à escuridão de alguns dias... Sei que mesmo nessa correria Ele caminha lado a lado comigo, sei que é um caminho feito a dois, mesmo que muitas vezes os meus olhos estejam como os destes dois homens "impedidos de O reconhecer".
Quantas vezes na minha vida, Ele não se faz presente e caminha, disfarçado, no meio da multidão?
Quantas vezes na minha vida eu páro para O admirar, para admirar a Sua grandeza, admirar a Sua entrega e, depois, à luz verde sigo. E tento que seja um seguir cada vez mais n'Ele e cada vez mais para Ele.
Mas porque é que sigo? Com ou sem rumo? Na esperança de ser libertada? De ser salva? Mas libertada de quê? Salva de quê?
Quem sabe libertada das "coisinhas" que não me deixam estar em paz, salva das "coisinhas" que não me deixam ser eu própria à luz desta verdade que é Cristo e que é o Seu amor na minha vida.
Quem sabe, libertar-me das meias verdades que não me deixam avançar. Libertar-me destas interrogações e procurar novas que me façam ir mais longe, onde estiver a vontade do Pai para mim, mas não interrogações de tal forma demasiadas que fique emergida em porquês que depois não me deixem dar um passo. Preciso de ser salva das minhas expectativas que me fecham os olhos à realidade e que forçam algo que não existe, algo que não vai existir...
E, quando a luz verde se acende, como é o meu seguir, o meu caminhar? Será um caminhar entristecido? Ou será um caminhar alegre mesmo no sofrimento? Será um caminhar para o Pai de braços abertos? Ou perante as dificuldades e agruras da vida baixo a cabeça, olhos nos pés e um passo de cada vez como que a "apalpar" terreno numa fé que digo julgar firme?
Esta rocha firme que é Cristo, este caminhar firme n'Ele e com a certeza de ser um caminhar com Ele não devia tornar-me feliz? E tornar evidente essa felicidade? Essa "Palermice"? Então porque é que, perante a perda, não me alegro por me reencontrar ou por encontrar algo não necessariamente melhor, mas só algo?
Quanto já perdi... Quantas oportunidades de emendar erros já perdi... Quantas vezes deixei escapar oportunidades de ser realmente mais feliz por não emendar o emendável? E quantas vezes olho para trás e o reconheço, apesar da voz lá atrás me dizer que o caminho é em frente?
É certo que o passado é algo nosso, é algo meu, não se torna, necessariamente, presente ou futuro, mas é algo inapagável, é algo que me tornou no que sou. E, com mais ou menos defeitos, "pela graça de Deus, eu sou o que sou". Mas quem é que eu sou? Lili Nabais? Eu quero ou melhor, eu desejo querer ser quem Deus quer que eu seja. Eu desejo querer aquilo que Ele quer de mim. Desejo querer que Ele me chame, me toque, me fale, ainda que no silêncio. No entanto, muitos dias são vividos na escuridão e, ainda que me aqueça com um pequeno mimo e que por momentos se faça um pouco de luz, eu sei que ainda não cheguei lá... Ainda não cheguei ao querer... Mantenho-me presa no desejo e avisto, talvez cada dia mais perto, então um passo de cada vez esse "querer" ardente que urge.