quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Tesouro


“Palha que o vento levou”, dizia o Salmo da manhã, porque necessito que o vento leve o que já não faz falta em mim. Leve o meu egoísmo, o meu orgulho, a minha falta de confiança, a insegurança, a cobardia. Para ficar sossegada e tranquila, capaz de confiar, capaz de que o “tudo” seja a medida da fé. Faz-me, Senhor, paciente e humilde e, nas vezes em que me sinto amada seja também capaz de me amar e aceitar como Tu me amas e aceitas, mesmo  no meu pouco eu. Faz-me observadora dos lugares e dos sinais do Teu amor,  da Tua verdade, da Tua beleza, da Tua vida, porque só em Ti cada noite se renova em bela manhã e ao sol sucede a lua. Porque só em Ti, o vazio de uma parede branca, a lembrar o sem resposta, ganha sentido, porque só o Teu regaço é colo de Pai e só o Teu olhar vê o meu invisível.
Ensina-me a procurar-Te bem, nos lugares onde Tu me falas, para que nesse Encontro eu possa encontrar-me, para que na Tua luz eu consiga ver luz e, nessa luz, ilumine cada novo passo.
Levanta-me como ao coxo, da minha miséria e do meu mendigar. Esvazia-me e enche-me, sê o meu tesouro.

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