“Palha que o vento levou”, dizia
o Salmo da manhã, porque necessito que o vento leve o que já não faz falta em
mim. Leve o meu egoísmo, o meu orgulho, a minha falta de confiança, a
insegurança, a cobardia. Para ficar sossegada e tranquila, capaz de confiar,
capaz de que o “tudo” seja a medida da fé. Faz-me, Senhor, paciente e humilde
e, nas vezes em que me sinto amada seja também capaz de me amar e aceitar como
Tu me amas e aceitas, mesmo no meu pouco
eu. Faz-me observadora dos lugares e dos sinais do Teu amor, da Tua verdade, da Tua beleza, da Tua vida,
porque só em Ti cada noite se renova em bela manhã e ao sol sucede a lua.
Porque só em Ti, o vazio de uma parede branca, a lembrar o sem resposta, ganha
sentido, porque só o Teu regaço é colo de Pai e só o Teu olhar vê o meu
invisível.
Ensina-me a procurar-Te bem, nos
lugares onde Tu me falas, para que nesse Encontro eu possa encontrar-me, para
que na Tua luz eu consiga ver luz e, nessa luz, ilumine cada novo passo.
Levanta-me como ao coxo, da minha
miséria e do meu mendigar. Esvazia-me e enche-me, sê o meu tesouro.
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