sexta-feira, 20 de julho de 2012

Passo a Passo'12


“O peregrino é aquele que, num determinado momento da vida, tempo de procura, de inquietação, de desejo e atracção, se põe a caminho em busca de uma nova verdade de si mesmo”
(D. José Policarpo)

Agora que já passaram uns dias desde o Passo a Passo, é altura de pôr por escrito aquilo em que meditei, aquilo que rezei, aquilo que me levou ao mais fundo de mim mesma.
Depois de partirmos, é importante que cada um perceba qual é o seu ritmo. O ritmo da descrição e da humildade é realmente o mais apropriado. Mais rápido ou mais lento importa que eu ame cada passo do meu caminho seja aqui ou noutro sítio qualquer. No meu ritmo importa que eu me mantenha eu e que cada passo seja tempo de procura, de inquietação, de desejo e de atracção. Estes passos não são simples passeios, são imagens da vida que caminha para Deus e por isso, para a plenitude da santidade.
Eu quero procurar este caminho de santidade com Deus em cada dia. Quero que cada passo seja uma resposta ou pelo menos algo que me leve a ter respostas. Respostas que sejam a verdade da minha vida.

“Verdade! Verdade! Quem sou eu para que me dês a tua verdade? Eu sou o que não sou. Pois a tua verdade é aquela que faz, fala e realiza todas as coisas, não eu!”
(Sta. Catarina de Sena)

O que me trouxe aqui?
A paragem. O precisar de parar para rebentar aquilo que têm sido as últimas semanas vividas em correria, sem ritmo, de forma insípida.
Buscar a paz para o meu espírito.

“Qualquer outro dom que se possua nesta vida é coisa vã como são vãs todas as coisas do mundo”
(Pier Giorgio Frassati)

“As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”...
“Segue-Me”
Que condições coloco a Deus quando Ele me desafia a segui-lo?
Sinto que as vezes que penso em desistir ou as vezes em que digo “é impossível”, “não sou capaz” são obstáculos à Sua vontade na minha vida.
Quantas vezes deixo que não se faça a Sua vontade por medo de encarar as coisas e, num sentido muito mais peregrino, quantas vezes seixo que não se faça a Sua vontade por medo de encarar as subidas, por medo das dores futuras causa dos abusos presentes?
Quando Deus nos chama à santidade convida-nos a recordar a nossa história pessoal e a nossa história com Ele. De volta ao silêncio lembro as vitórias, os erros transformados em lições, os amigos à luz da fé que são agora os fieis companheiros de viagem, os que, pela sua oração, estão aqui bem perto. Dou graças a Deus pelas maravilhas que Ele realiza na minha vida. Dou graças por estes milagres e pelas suas manifestações em mim.

“Aclamai o Senhor, terra inteira, servi ao Senhor com alegria”
(Salmo 100 (99))

Peregrinar leva-me a sentir que a luta é dura e que portanto é preciso que nos esforcemos por vencer a nossa pequena entrada em Damasco, para que possamos caminhar em direcção à Meta e ao Amor que é Cristo vivo nas nossas vidas.
Recebe-me, Senhor, a mim e aos meus passos mal dados. Às minhas caminhadas, às minhas subidas à montanha e às viagens ao mais fundo de mim. Recebe a minha miséria, a minha dor, a minha tristeza, ainda, a minha alegria, a minha esperança, o meu júbilo. Recebe o meu amor, as vezes em que só tento amar. Recebe o meu tempo e as minhas pressas e correrias.
Recebe-me e acolhe-me para que me faça e seja cada vez mais em Ti.

Sem comentários:

Enviar um comentário