sábado, 22 de outubro de 2011

PASSO A PASSO, CHEGAMOS À SANTIDADE

“É Jesus que toma a iniciativa”, diz-nos João Paulo II, um dos padroeiros da nossa peregrinação. E Jesus tomou mais uma vez a iniciativa de nos chamar, através das palavras do Evagelho de S. João “Segue-me”. “Passo a Passo, Chegamos à Santidade”, passo a passo, no silêncio da oração, aprendemos a escutar a resposta “Vinde e vereis” e é com a certeza de que a santidade é também a morada do Mestre que, cerca de vinte e quatro jovens da nossa diocese, se predispuseram a peregrinar rumo ao Santuário de Fátima, nos dias 8 e 9 de Outubro.
O caminho foi longo... Cheio de subidas e de descidas, como que a lembrar-nos os altos e baixos da nossa vida. No entanto, foi uma caminhada muito intensa, cheia de etapas para concretizar, cheia de pequenos passos de oração individual e em grupo. Ao longo do caminho foi-nos feita uma pergunta: “O que é para ti ser peregrino?”. Pessoalmente, este peregrinar foi perceber que este fazer caminho não é em vão, que há sempre mais um passo, há sempre a necessidade de acreditar que há mais um passo e ver reflectido nesse próximo passo o sentido pleno do amor. Do meu amor a Cristo. Este peregrinar foi perceber que Cristo vive ao nosso lado, nos irmãos com quem partilhamos a existência quotidiana, irmãos que, consequentemente, amamos, que são confidentes, que nas subidas elevam o seu folgo ao rtimo do nosso e nas descidas sorriem connosco na agonia do esforço. Ser peregrino também é perceber que enquanto nos temos uns aos outros o caminho é menos árduo, porque rezamos juntos, porque nos sustentamos uns aos outros, porque, ainda que no silêncio, sentimos o passo do irmão e a amizade invadir-nos, porque quando escorregamos há uma mão estendida pronta a segurar-nos... E, enquanto nos tivermos uns aos outros, nada mais importa, porque Ele também estará reunido entre nós!
A peregrinação é um exercício de fé, leva-nos a perceber as nossas motivações pessoais para fazer caminho, leva-nos a pensar que passos queremos dar nas nossas vidas e onde é que queremos que esses passos nos levem. A minha peregrinação interior levou-me a depositar a minha caminhada nas mãos de Deus, “Confia no Senhor, sê forte e corajoso e confia no Senhor”, porque “O Senhor é a minha força, ao Senhor o meu canto, n’Ele está a salvação, n’Ele eu confio e nada temo”. Na peregrinação não corri o risco de interromper o caminho antes de ter chegado à meta da plena comunhão, não tapei as feridas antes de as curar, nem me entreguei ao morno antes de ter tentado ser quente, antes me deixei seduzir pela grande novidade da fé cristã, de que temos um Deus que nos procura para nos amar e, ao dirigir-se a nós, faz-nos o desafio de correspondermos ao Seu amor com a nossa vida, tentei corresponder a este amor, caminhando rumo à santidade, o sentido da cruz...
Em parte, o “Passo a Passo”, teve o seu grande momento junto à cruz, à Cruz Alta, presente no Santuário. Aí, pude agradecer o caminho percorrido, os passos firmes que dei e oferecer as vezes que vacilei, as vezes em que não acreditei, pude oferecer a minha pequenez e oferecer-me a Deus para que me use sem me consultar, como nos ensinam as palavras da Beata Teresa de Calcutá (“O maior milagre é que Deus se serve de pequenas coisas como eu. Usa-nos para fazer o Seu trabalho”; “Deixa que Deus te use sem te consultar”), a outra padroeira do nosso caminho.
Senhor, Tu que nos chamas, em cada dia à santidade, olha-nos com bondade, para que no meio das nossas alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, aspiremos sempre às coisas do alto!

Liliana Nabais

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