terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Há[via] um poço"... em cada um de nós!

"Um homem dirigiu-se a um convento de clausura, isto é, um convento onde se vive longe do ruído da cidade e num silêncio desejado. Perguntou a um desses monges:
- Que aprendeis vós com a vossa vida de silêncio?
O monge estava a tirar água de um poço. Disse ao seu visitante:
- Olha para o fundo do poço. Que vês lá dentro?
O homem olhou para dentro e disse:
- Não vejo nada.
O monge ficou algum tempo sem se mover e no final disse ao visitante:
- Contempla agora. Que vês no fundo do poço?
O homem obedeceu e respondeu:
- Agora vejo-me a mim próprio; espelho-me na água.
O monge concluiu:
- Vês? Quando eu mergulho o balde, a água fica agitada. Agora, pelo contrário, está tranquila. É esta a experiência do silêncio: o homem vê-se a si próprio."


Dentro de nós temos, muitas vezes, águas agitadas, acontecimentos vividos, preocupações sobre o dia de amanhã provocam-nos tensão, tiram-nos a calma, a serenidade, a paz. Tudo isto é ruído interior, é falta de silêncio.
Por que não autoconvidarmo-nos a manter dentro de nós "as águas calmas"? Enquanto não fizermos a experiência de um silêncio interior e exterior, não podemos colocar-nos, imediatamente, na presença de nós próprios.
Quando estou com "eles", em muitos dos momentos de silêncio, vou até ao poço, no jardim. Já aprendi lá algumas lições. Sempre que lá vou e olho, vejo-me reflectida. Habitualmente, a água não está agitada e é possível ver quem sou. É possível sentir-me livre. É possível querer atirar-me para aquele poço, só para ir ao mais fundo de mim, só para conhecer quem sou, só parar saber quais são as minhas verdadeiras aspirações. E, uma vez mergulhada, sentir-me saciada desta Sede e da água viva.

Dá-me sede. Sede de Ti, sede do Teu querer, sede do Teu amor.
Faz-me querer mergulhar na Tua água libertadora. Faz-me querer emergir na Tua luz e no Teu caminho.

1 comentário:

  1. Ai que águas agitadas que nao nos deixam ver o que deveriamos ver ...
    mas para isso temos o Silencio ...

    Obrigado por me relembrares a necessidade de o fazer!
    Obrigado por seres um instrumento de D'Ele na minha vida!

    ResponderEliminar