domingo, 11 de dezembro de 2011

Brasa no parapeito


Ontem, contaram-me uma história e eu revi-me muito nela...

Imaginem um grupo de amigos que se reune, frequemente, saiem juntos, conversam, almoçam juntos. Até que um dia um dos elementos do grupo (vamos chamar-lhe João), deixa de aparecer. Os outros começam, obviamente, a estranhar este comportamento e um deles decide ir a casa do João para tentar saber o que se passa.
Quando chega a casa do João e o João vê o seu velho amigo, percebe logo o motivo da sua visita. O amigo entra, sentam-se no sofá da sala em frente à lareia e, em silêncio, ficam a contemplá-la, ao seu crepitar e à sua mística. Ainda em silêncio, o amigo do João, aproxima-se da lareira e tira uma brasa do fogo e coloca-a no parapeito da lareia. A brasa outrora incadescente, começa a perder a cor até torna-se carvão.
Ainda no silêncio, o João percebeu o que o amigo lhe quis dizer...

Ora aqui está!
Todos somos brasas, mas quando nos auto-colocamos no parapeito das "lareiras", quando nos colocamos à margem, quando nos colocamos à parte desses centros de luz, dessa amizade, desse calor, acontece-nos três coisas: primeiro, caminhamos sozinhos; segundo, perdemos a vivacidade; e terceiro, tornamo-nos como o carvão, inertes, mortos, sem luz...

Revejo-me várias vezes neste centro de luz, nestre centro de calor e sinto-me péssima quando sinto que essa vivacidade se torna inerte por ter escolhido estar longe. E sinto-me ainda pior por viver em falsidade neste "parapeito"...

Outra questão:
Quando acendemos uma luz quem é o primeiro a beneficiar dela?
Somo nós próprios. É verdade, quando chegamos a casa logo após pormos a chave na fechadura e abrirmos a porta acendemos uma luz, pelo menos é o que faço, em grande parte por dois motivos, porque, normalmente, quando chego a casa já é noite e porque tenho alguns probleminhas com o escuro :P

Mas é como nos diz o salmo "Na Tua luz, Senhor, veremos a luz" e só na medida em que, deixarmos embeber da luz de Deus as nossas vidas poderemos ser portadores de luz para os outros.

Assim, me vou "embebedando" desta Luz, que agora se faz sentir mais presente no Natal. e tento levá-la aos meus irmãos em Cristo, àqueles que me suportam e suportam a minha vida e a tornam bem mais quente e bem mais iluminada.

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