quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Comer as bolachas dos outros...

Era uma vez uma rapariga que estava à espera do seu vôo, na sala de embarque de um grande aeroporto. Como ela tinha que esperar muitas horas, resolveu comprar um livro para matar o tempo.
Comprou, também, um pacote de bolachas.
Sentou-se numa poltrona, na sala do aeroporto, para que pudesse descansar e ler em paz.
Ao seu lado sentou-se um homem.
Quando ela pegou na primeira bolacha, o homem também pegou numa. Ela sentiu-se indignada, mas não disse nada.
Apenas pensou : "Mas que descaramento! Se eu estivesse mais mal-disposta, dava-lhe um murro num olho para que ele nunca mais se esquecesse !!! "
Mas a cada bolacha que ela pegava, o homem também pegava numa.
Aquilo deixava-a tão indignada e perplexa que nem conseguia reagir.
Quando restava apenas uma bolacha,ela pensou: "Ah, o que será queeste abusador vai fazer agora ?"
Então o homem dividiu a última bolacha ao meio, deixando a outra metade para ela.
Arrr!!! Aquilo era demais!!! Ela estava a bufar de raiva!
Então, pegou no livro e nas suas coisas e dirigiu-se ao local de embarque.
Quando ela se sentou, confortavelmente, numa poltrona já no interior do avião, olhou para dentro da mala para tirar uma caneta, e para sua surpresa, o pacote de bolachas estava lá... ainda intacto, fechadinho!!!
Ela sentiu tanta vergonha!... Só então se apercebeu que a errada era ela, sempre tão distraída! Tinha-se esquecido que as suas bolachas estavam guardadas, dentro da mala...
O homem tinha dividido as bolachas dele sem se sentir indignado, nervoso ou revoltado, enquanto ela tinha ficado transtornadíssima, pensando estar a dividir as dela com ele.
E já não havia mais tempo para se explicar... nem para pedir desculpas!

Quantas vezes, na nossa vida, somos nós que estamos a comer as bolachas dos outros, e não temos a consciência disto? Antes de concluir, observa melhor! Talvez as coisas não sejam exactamente como pensas!
Não penses o que não sabes sobre as pessoas.


Já não é a primeira vez que esta história se cruza comigo. Hoje decidi partilhá-la.
Partilhar, porque o que, hoje, sobressaiu neste texto foi o pormenor "matar o tempo".
O tempo já é tão curto, tão reduzido, que se o andarmos para aí a 'matar', o que é que sobra? Onde fica o pouco tempo que temos, mas que nos esforçamos para que seja de qualidade? Onde ficam todos os momentos que gostaríamos de ter sem esse tempo que tanta falta faz?
Coincidência, ou não, uma vez que, as coincidências, não existem. Hoje foi o dia mais curto do ano e num gesto simples, mas com uma alegria enorme, ouvi uma colega dizer "Wee^^ A partir de agora é sempre a crescer!!" e ocorreu-me que a partir de agora, talvez conseguisse ter tempo para tudo...
Agora foi tempo de partilha. A seguir, tempo de oração. E depois, tempo de descanso, porque apesar de termos a eternidade para descansar, podemos ter a eternidade já aqui :)

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